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13 de fevereiro de 2015

>É preciso dizer não

Apesar dos protestos nas ruas, a maioria do povo brasileiro continua acomodada, aceitando tudo sem reagir. Vivemos em uma sociedade anestesiada, que não reage a nada, sempre alegando que as coisas erradas não lhe dizem respeito.

Falta ao brasileiro aprender a dizer não. Dizer não ao preconceito de qualquer espécie; dizer não aos corruptos e a velha República, aos mentirosos, aos desonestos e, principalmente, dizer não a essa acomodação, achando que cumprindo nossa missão, nada mais nos diz respeito.

Nestes últimos anos assistimos de tudo em nossa sociedade. Foi um Frances que teve o rosto quebrado porque o confundira com um homossexual; foi um homem sem piedade arrastando um cão; foi um prefeito sem que o crime fosse investigado; foram dois prefeitos cassados sobre graves acusações; foi um Ministro de Estado mentindo descaradamente e alegando falta de memória; foi uma madame embriagada que depois de assassinar um jovem estava mais preocupada em safar-se da cadeia do que com o sofrimento da família da vitima; foram anos em que se aprovou uma Comissão da Verdade para apurar fatos de 50 anos atrás, sem nenhuma preocupação em apurar os fatos que acontecem hoje.

Queremos escrever a história do Brasil, mas não queremos saber o que está acontecendo agora.

Vivemos em um país em que a maior estatal brasileira é assaltada por um partido político e a Justiça Eleitoral acha que não tem nada com isso. Na semana passada, Pedro Barusco, que foi gerente da Petrobrás, disse que o PT teria recebido US$ 200 milhões de propina retirada dos 90 maiores contratos da estatal e João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, teve participação no recebimento desse suborno. Essa delação foi feito por um homem que se comprometeu  a devolver US$ 67,5 milhões que estão depositados fora do País e somente esse fato é suficiente para dar credibilidade às acusações.

Por muito menos, aqui na região prefeitos estão sendo cassados por crime eleitoral, mas o MP eleitoral está inerte com relação aos crimes eleitorais cometidos entre 2003 e 2013. Sociedade hipócrita e irresponsável, que não percebe as consequências de sua passividade.

Diz o poeta: “Na primeira eles entra em nosso jardim, roubam nossas flores e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; entram e pisam nosso jardim, mata nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra em nossa casa e vendo nosso medo, rouba-nos a voz da garganta e a luz de nossos olhos e, porque não dissemos nada, já não podemos dizer mais nada”.

Devemos aprender a dizer não e difundir esse pensamento para que muitas pessoas passem a agir assim. Em pouco tempo teremos uma corrente ética sem precedentes e podemos mudar esse Brasil.

*Manuel Carlos Cardoso é advogado e professor (cardoso@rac.com.br) 
Correio Popular, 11 de fevereiro de 2015

4 comentários:

  1. Dizer NÃO, nos indignar e AGIR é preciso! abração,chica

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  2. Ah meu amigo vc tem razão se pudêssemos
    sair pelas ruas e exigir o que queremos não
    teria tantos erros, vc falou bem, o povo se acomoda de boa
    vejo aqui na minha cidade o prefeito está acabando com tudo
    e tem meia duzia que grita,, o resto só fala
    Mas valeu um bom tema pra descutir
    Bom feriado bom carnaval

    Bjusss

    └──●► *Rita!!

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  3. "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons"
    Martin Luther King.
    Araujo, beijo!

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  4. Querido amigo

    Além de recolher a inspiração
    deste maravilhoso espaço
    de sentimentos e amizade,
    aproveito a visita para convidá-la
    a partilhar a alegria,
    de ouvir um poema de minha autoria
    musicado em Minas Gerais.

    O mesmo se encontra no meu blog
    www.sonhosdeumprofessor.blogspot.com.br

    e para mim,
    ter este poema
    escutado por pessoas
    que fazem do mundo virtual,
    um mundo melhor,
    será um tributo a felicidade.

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